Considerações sobre o uso de comparáveis internos ou externos

fevereiro 20, 2024

Considerações sobre o uso de comparáveis internos ou externos. Os Preços de Transferência tornaram-se um elemento-chave na gestão financeira de empresas que operam mundialmente. A necessidade de garantir que as transações entre partes relacionadas sejam feitas ao valor do mercado, exige uma análise de comparabilidade ideal, que aborde as comparações internas e externas.

Neste artigo, exploraremos as considerações essenciais ao escolher entre comparáveis internos e externos, independentemente do método de análise escolhido, destacando a importância de uma seleção precisa para obter uma gama do mercado.

Uso de comparáveis internos

O uso de comparáveis internos implica a análise de transações entre a empresa testada e a empresa relacionada, assim como com uma empresa independente. Esta forma de comparação, direta e relacionada, é ideal e de fácil acesso para a empresa. Por outro lado, a sua eficácia depende da comparabilidade substancial em termos contratuais, análise funcional, características da transação, circunstâncias econômicas e estratégias comerciais. Se essas condições não forem cumpridas, é preciso haver ajustes disponíveis para garantir a viabilidade da análise.

Uso de comparações externas

O uso de comparáveis externos implica a análise de transações entre a empresa testada e as empresas independentes. Embora essa abordagem ofereça uma perspetiva mais ampla, vem junto com desafios significativos. A maioria da informação pertence tanto à empresa pública quanto a privada, e a busca por valores comparáveis adequados pode levar mais tempo. Apesar dessas dificuldades, o uso de comparáveis externos é aceito pelas administrações tributárias, desde que as condições estabelecidas sejam cumpridas. A verificação das transações ao valor do mercado continua sendo crucial após a conclusão da análise.

Seleção estratégica: internos vs. externos

A seleção entre comparáveis internos e externos deve ser estratégica e baseada na informação disponível. Segundo a nossa experiência, as administrações tributárias preferem o uso de comparáveis internos em vez de externos, já que estes poderiam considerar-se, teoricamente, mais confiáveis, mas a sua fiabilidade dependerá de uma comparabilidade substancial. Por outro lado, as comparáveis externas, embora sejam mais difíceis de obter, oferecem diversidade e podem ser aceitáveis, desde que se cumpram todas as condições. A escolha correta consiste em avaliar a disponibilidade dos dados e a confiabilidade da informação.

Conclusão

Na complexa área dos Preços de Transferência, a escolha entre comparáveis internos e externos é crucial para garantir uma análise precisa e em conformidade. Embora seja preferível o uso de comparáveis internos, a sua idoneidade deve ser cuidadosamente avaliada. Os comparáveis externos, apesar dos desafios associados, não devem se descartar, devido ao respaldo das autoridades tributárias para o seu uso, desde que os requisitos estabelecidos sejam cumpridos. A chave reside numa seleção estratégica baseada na disponibilidade da informação e na confiabilidade dos dados, orientando assim as empresas a uma análise rigorosa e confiável dos Preços de Transferência.

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